quarta-feira, 14 de agosto de 2013

EDUCAÇÃO e POLÍTICA: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA

EDUCAÇÃO e POLÍTICA: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA, MAS É PRECISO ROMPER COM O PACTO DA MEDIOCRIDADE
SANTOS, John David Ribeiro
Discente do 8º período do Curso de Pedagogia UFT/Campus de Miracema; Email:
johndavid@uft.edu.br

Gostaria de partilhar algumas ideias sobre a prática da educação em nosso município, que está a cargo da prefeitura municipal.  Há questões que considero ser prejudiciais aos interesses da maioria da população; como: a falta de planejamento participativo, o empreguismo alarmante nas escolas e a falta de políticas públicas significativas.
Essas questões além de não serem esclarecidas, deixam os trabalhadores da educação alijados e alheios às escolhas e intenções da gestão municipal. Como prova o lançamento do edital IEL-NR/To n.° 05/2013, que visa selecionar estagiários de nível médio e superior para atuar como
técnico ou professor em substituição aos servidores e professores de contrato, isso representa uma afronta ao direto de trabalhar, bem como de uma educação de qualidade para as nossas crianças.
Abrir oportunidades de estagio é importante para o aprimoramento profissional dos estudantes, mas utilizá-los para atividades exercidas em caráter permanente, no lugar de profissionais experientes, é um equivoco senão uma infração ilegal à CF/88 e LDB, que ordenam o ingresso por meio de concurso público de provas e títulos. Essa medida é desastrosa para a educação, porque, reduzem gastos e retiram-se professores para colocar estagiários em seus lugares; quando na verdade se poderia fazer um concurso público para melhorar e valorizar os professores e a Educação.  
Outras perguntas pertinentes são importantes para serem pensadas, como: Que ações de valorização os professores tem recebido? Quanto ganha um professor com nível superior? Quanto o município recebe e gasta em termos de Fundeb? Quem perde e quem ganha com essa suposta política pública?
Questões importantíssimas que são deixadas de lado pela gestão municipal. Meu enfoque será a última pergunta que considero a mais relevante. Pela conjuntura que se apresenta a educação aqui em Miracema, observa-se que: quanto mais se fala em valorização da educação e de seus profissionais, menos se faz por esses.
E quem perde já sabemos, são os filhos dos pobres e os trabalhadores da educação, (violados e explorados); e quem ganha não é tão difícil de saber, aqueles que adquiriram privilégios com a chegada ao poder. Fica evidente que uma minoria se beneficia nesse jogo de poder; os oprimidos servem apenas para votar em quem os oprimem. Como disse Marx apud Alberto e Villamarín (2003) na obra “Uma chance para a Paz”: “Os oprimidos são autorizados uma vez em cada poucos anos a escolher quem da classe opressora vai representá-los e oprimi-los”.
Essa opressão imposta sobre os oprimidos que votaram e elegeram seus opressores, se distancia cada vez mais do pensamento de Paulo Freire sobre a Educação; sendo ela o ato de impregnar/encharcar e (re) significar o cotidiano do educando, para que esse possa caminhar com suas próprias pernas (autonomia). Na perspectiva de quem oprime é o contrário, a Educação é uma forma de dominar e alienar as pessoas, tornando-as assujeitados; como? Fazendo com que deixem de sonhar (...), dizendo que esse é o único mundo possível (da astúcia, da esperteza); então esses sonhadores que sonham com um mundo de (igualdade, respeito, solidariedade) são apenas sonhadores. Se analisarmos perceberemos facilmente em qual perspectiva nos encontramos.
Ora, é só observarmos aqueles que se dizem nossos representantes: dizem uma coisa, fazem outra. Precisamos estar atentos e cobrar políticas de educação que sejam sérias e comprometidas com a aprendizagem para todos. A Educação é um direito de todos e dever do Estado. Portanto, quero aqui ostentar o grito (silencioso) de muitos oprimidos, que não podem sequer dizer o que pensam porque o sistema em que vivem é o da opressão e do constrangimento.
Nas palavras de Paulo Freire, quero apoiar minha idéia afirmando que: “Educação não transforma o mundo. Educação transforma pessoas. Pessoas transformam o mundo. Entretanto, essa Educação que nos é imposta não transforma ninguém, apenas nos torna escravos uns dos outros. Ou seja, Como diz Ariovaldo Oliveira (1994) em sua obra “Para onde vai o ensino de Geografia?”: ‘’O saber ensinado está longe de permitir aos jovens sequer entender o mundo, quanto mais transformá-lo’’.
Nas palavras do professor Ildeu Coelho: “Quem não compreende os processos: concretos, sociais, políticos, econômicos; (mídia, tecnologia, televisão, novela, radio)... Enfim da leitura do estudo é incapaz de entender o mundo no qual ele vive. E não entendendo o mundo, como ele vai poder questioná-lo? Como ele vai poder quem sabe contribuir efetivamente para verdadeiramente transformá-lo. E não criar uma maquiagem que parece que está mudando tudo, quando nada muda”.

Novamente se repete em Miracema uma velha e conhecida máxima: votamos em outras pessoas para que as coisas continuem do mesmo jeito ou pior. Ou seja: as coisas a que me refiro, são aquelas de interesse público, aquelas que dizem respeito ao povo de Miracema, mas que aos poucos se revelam como segredos apropriados por uns poucos privilegiados encastelados ao poder.

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